
No Brasil, a videira foi introduzida em 1532, por Martim Afonso de Souza, na Capitania de São Vicente (atual Estado de São Paulo), e permaneceu sem qualquer importância, no século XVIII e parte do século XIX, quando a cana de açúcar e o café monopolizavam todas as atenções. Foi a partir da segunda metade do século XIX que a vitivinicultura brasileira passou a ter importância comercial, com base nas variedades americanas labruscas e bourquinas, desenvolvendo-se pólos vitivinícolas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul, impulsionados pelas correntes imigratórias italianas.
No Nordeste brasileiro, a videira já se encontrava presente desde o século XVI, nos Estados da Bahia e Pernambuco, onde alcançou expressão econômica nas Ilhas de Itaparica e Itamaracá, respectivamente. Na ilha de Itamaracá foram explorados os mais importantes vinhedos do Brasil, desde sua introdução ata a dominação holandesa, por volta de 1636, quando a atividade desfrutava de estímulos econômicos. Do litoral, a viticultura avançou para o interior, até as fronteiras do Agreste e Sertão. Nas áreas de clima seco do interior de Pernambuco, a videira encontrou ambiente propício ao seu desenvolvimento, o que pode ser observado nos dias atuais. Todas as castas cultivadas na época eram originárias de Portugal e, portanto, pertencentes à espécie Vitis vinifera L. Entretanto, até o final dos anos 40, o cultivo da videira no Nordeste semi-árido brasileiro, mais especificamente no Vale do São Francisco, não passou de cultura de quintal, em sistema semi-extrativo.
Ainda nessa época, tem-se noticia do polvilhamento do pó de cimento sobre os cachos de uva para evitar doenças. À luz dos conhecimentos atuais, aquela ação pode ter surtido algum efeito fungicida, em função de teores de enxofre contidos no cimento.
A partir da década de 50, com a chegada do técnico Português José Cabral de Noronha e Menezes, em 1952, para trabalhar junto à antiga Comissão do Vale do São Francisco, hoje Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), iniciou-se a introdução de práticas de cultivo, como poda racional, desbaste de cachos, controle de doenças e uso de fertilizantes, entre outras.
No município de Santa Maria da Boa Vista – PE, o espanhol José Molina, com assessoria técnica da Comissão do Vale do São Francisco, iniciou, em 1958, o plantio de uma área de videira que atingiu 10 ha, utilizando as variedades Itália, Ferral Preta, Alphonse Lavallée e Ohanez.
Em, 1956, a Cianzano S/A iniciou, em Petrolândia – PE, um projeto para 100.000 plantas de híbrido para vinhos.
Em Belém do São Francisco – PE, no ano de 1957, o Sr. Milvernes Cruz Lima iniciou um plantio com as variedades Moscato Italiano, Peverella, Trebbiano, Moscatel D’Alexandria, Ferral Preta, Alphonse Lavallée e Alicante Preta.
Em 1958, foram plantadas 5.000 mudas da variedade Itália em terras do Núcleo de Colonização Afonso Ferraz, em Petrolândia – PE.
A partir do inicio da década de de1970, iniciou-se uma fase de diversificação da viticultura no Submédio do São Francisco, com a implantação de projetos de empresas, onde os produtores buscaram com maior interesse, novas alternativas de variedades, tão boas quanto a tradicional variedade “Itália” e outras variedades vermelhas como a “Piratininga” e “Patrícia”, e, então, passaram a serem cultivadas comercialmente as variedades “Red. Globo”, “Benitaka” e, por último, a variedade “Brasil”, sendo a Benitaka mutação somática natural da variedade Itália, e a Brasil, mutação somática natural da Benitaka.
A atividade passou a ser empresarial sendo fundamental a implantação de projeto da Fazenda Milano pioneira na produção de uvas para consumo in natura com expressiva diversificação, acompanhada da utilização de um maior nível tecnológico e da introdução de novas variedades, iniciando-se, também, a exportação de uva de mesa (Leão & Possídio, 2000). A Milano implantou inicialmente 200 hectares de uvas de mesa e iniciou a elaboração de vinhos finos na década de 1980.O sucesso do Botticelli, primeiro vinho fino do Vale do São Francisco e o forte apoio do Governo de Pernambuco, estimularam nos últimos dez anos a vinda de outros produtores nacionais e estrangeiros, para região, o que tem consolidado o pólo com grande rapidez e respeito pelos seus produtos.
No Nordeste brasileiro, a videira já se encontrava presente desde o século XVI, nos Estados da Bahia e Pernambuco, onde alcançou expressão econômica nas Ilhas de Itaparica e Itamaracá, respectivamente. Na ilha de Itamaracá foram explorados os mais importantes vinhedos do Brasil, desde sua introdução ata a dominação holandesa, por volta de 1636, quando a atividade desfrutava de estímulos econômicos. Do litoral, a viticultura avançou para o interior, até as fronteiras do Agreste e Sertão. Nas áreas de clima seco do interior de Pernambuco, a videira encontrou ambiente propício ao seu desenvolvimento, o que pode ser observado nos dias atuais. Todas as castas cultivadas na época eram originárias de Portugal e, portanto, pertencentes à espécie Vitis vinifera L. Entretanto, até o final dos anos 40, o cultivo da videira no Nordeste semi-árido brasileiro, mais especificamente no Vale do São Francisco, não passou de cultura de quintal, em sistema semi-extrativo.
Ainda nessa época, tem-se noticia do polvilhamento do pó de cimento sobre os cachos de uva para evitar doenças. À luz dos conhecimentos atuais, aquela ação pode ter surtido algum efeito fungicida, em função de teores de enxofre contidos no cimento.
A partir da década de 50, com a chegada do técnico Português José Cabral de Noronha e Menezes, em 1952, para trabalhar junto à antiga Comissão do Vale do São Francisco, hoje Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), iniciou-se a introdução de práticas de cultivo, como poda racional, desbaste de cachos, controle de doenças e uso de fertilizantes, entre outras.
No município de Santa Maria da Boa Vista – PE, o espanhol José Molina, com assessoria técnica da Comissão do Vale do São Francisco, iniciou, em 1958, o plantio de uma área de videira que atingiu 10 ha, utilizando as variedades Itália, Ferral Preta, Alphonse Lavallée e Ohanez.
Em, 1956, a Cianzano S/A iniciou, em Petrolândia – PE, um projeto para 100.000 plantas de híbrido para vinhos.
Em Belém do São Francisco – PE, no ano de 1957, o Sr. Milvernes Cruz Lima iniciou um plantio com as variedades Moscato Italiano, Peverella, Trebbiano, Moscatel D’Alexandria, Ferral Preta, Alphonse Lavallée e Alicante Preta.
Em 1958, foram plantadas 5.000 mudas da variedade Itália em terras do Núcleo de Colonização Afonso Ferraz, em Petrolândia – PE.
A partir do inicio da década de de1970, iniciou-se uma fase de diversificação da viticultura no Submédio do São Francisco, com a implantação de projetos de empresas, onde os produtores buscaram com maior interesse, novas alternativas de variedades, tão boas quanto a tradicional variedade “Itália” e outras variedades vermelhas como a “Piratininga” e “Patrícia”, e, então, passaram a serem cultivadas comercialmente as variedades “Red. Globo”, “Benitaka” e, por último, a variedade “Brasil”, sendo a Benitaka mutação somática natural da variedade Itália, e a Brasil, mutação somática natural da Benitaka.
A atividade passou a ser empresarial sendo fundamental a implantação de projeto da Fazenda Milano pioneira na produção de uvas para consumo in natura com expressiva diversificação, acompanhada da utilização de um maior nível tecnológico e da introdução de novas variedades, iniciando-se, também, a exportação de uva de mesa (Leão & Possídio, 2000). A Milano implantou inicialmente 200 hectares de uvas de mesa e iniciou a elaboração de vinhos finos na década de 1980.O sucesso do Botticelli, primeiro vinho fino do Vale do São Francisco e o forte apoio do Governo de Pernambuco, estimularam nos últimos dez anos a vinda de outros produtores nacionais e estrangeiros, para região, o que tem consolidado o pólo com grande rapidez e respeito pelos seus produtos.
Deivison Soares
Enólogo
CRQ/RS 05405762 5ª Região
Enólogo
CRQ/RS 05405762 5ª Região
1 comentários:
Caro Deivison
Estou criando um site www.consuladodovale.com.br
para divulgação das "coisas" do Vale, além de uma canal para distribuição dos produtos (vinhos, sucos, doces, etc...).
Gostei muito de seu texto sobre a história da uva no Vale.
Como a mesma foi postada em 2009, gostaria de saber se você tem este texto atualizado e se eu posso utilizar partes dele no site (com o devido crédito da autoria).
Obrigado,
Carlos Cohim
consuladodovale@gmail.com
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